Esta seção tenta explicar alguns dos conceitos básicos que fundamentam a forma como o darktable trata imagens na sala escura.
O elemento básico de operação em imagem no darktable é chamado de módulo. O darktable vem com um conjunto de mais de 60 módulos para todo tipo de manipulação em imagens. Em Seção 3.4, “Módulos” você encontra uma descrição de cada um dos módulos.
O darktable processa imagens - da entrada para a saída - em um chamado “pipeline gráfico”. Neste pipeline, o processamento da imagem consiste de várias operações que são implementadas como “módulos”.
Módulos são aplicados em uma ordem predefinida. Isto diferencia o darktable, como um editor não-destrutivo, de programas clássicos de manipulação de imagens, como o GIMP. Como a ordem dos módulos é fixa, você é livre para ativar, desativar, ou mudar os parâmetros de um módulo em pontos arbitrários do tempo; a ordem de ativação de seu fluxo de trabalho não tem impacto no resultado.
A ordem usada para os módulos costumava ser fixa e não podia ser modificada. Desde a versão 3.0 é possível mudar a ordem dos módulos com Shift-Ctrl-Arrasta-e-larga. É muito importante notar que esta funcionalidade não é uma questão de preferência visual - ela realmente muda a ordem em que os módulos são aplicados na imagem. É fortemente recomendado não mudar a ordem original dos módulos, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo. Alguns módulos ainda são fixos e não podem ser movidos.
Há vários motivos pelos quais o darktable trabalha dessa maneira:
A sequência de módulos foi selecionada com grande cuidado de forma a dar a maior qualidade possível de saída. Mudanças nesta sequência podem, em geral, piorar o resultado ao invés de melhorá-lo.
Alguns passos de processamento de imagem simplesmente não fazem sentido se são deslocados no pipeline. Para mencionar alguns: a reconstrução de realces precisa ser feita em dados raw antes de interpolação cromática, que por sua vez precisa ser feita antes de qualquer perfil de cor de entrada possa ser aplicado.
A maioria dos módulos do darktable é projetada para funcionar com um modelo específico de cor (veja Seção 3.2.6, “Gerenciamento de cor” para mais detalhes). Flexibilidade total exigiria que os módulos suportassem algoritmos paralelos, dependendo do espaço de cor em que estão trabalhando - e isto aumentaria a complexidade drasticamente.
Sempre que você ativa ou desativa um módulo ou volta a um módulo e muda os parâmetros, um item é adicionado na “pilha de histórico”.
Por exemplo, quando você está trabalhando em um arquivo RAW, a pilha de histórico à esquerda pode dizer que você primeiro habilitou filtro bilateral, depois desabilitou curva base, depois ajustou o balanço de branco. Mas na verdade, o processamento feito foi tomar a imagem RAW, o balanço de branco nela, então curva base (se habilitada), e então o filtro bilateral (se habilitado), como mostrado de baixo para cima no painel da direita.
A pilha de histórico grava seu fluxo de trabalho na ordem em que você fez as mudanças no pipeline. Isto permite que você volte a algum estágio anterior do tratamento, se precisar. A pilha de histórico representa seu fluxo de trabalho pessoal e não deve ser confundida com a sequência em que os módulos são aplicados na pipeline (veja acima). Para mais detalhes sobre a pilha de histórico veja Seção 3.3.4, “Pilha de histórico”.